Pois é, há cerca de um mês participei dessa birutice em Holambra, da qual não chego a me arrepender, mas também nunca mais ponho meus pés (ou melhor,as pernas,os braços,a cabeça) por lá. Eu nunca havia sequer participado de uma corrida e a minha prima me convenceu a participar. Ao chegar ao local pensei que seria uma corrida numa pista de terra com uma água jogada por cima só pra dar mais emoção. Pudera...
Mal foi dada a largada, tivemos que entrar em uma espécie de caçamba cheia de lama e eu que não sou nem um pouco horizontalmente favorecido fiquei coberto de lama até a cabeça (que delícia hein!). Lá pelo terceiro "buraco" com lama (aqueles em que não dá pra ver onde se pisa, logo eu acabava afundando), eu perdi os meus pobres óculos que estavam pendurados na camiseta (como estavam sujos, achei que seria mais prudente deixá-los ali e não na minha cara, pois nada conseguia enxergar). Pobre. Nem vinte minutos de corrida e eu havia perdido os óculos.
Resolvi continuar mesmo assim, mas se eu tivesse sido esperto teria parado por ali. E a essa altura minha prima já havia se distanciado. Imaginem eu com mais de 7 graus de miopia correndo cego num lugar desconhecido! Correndo também não é o termo correto. Eu fiz de tudo, menos correr. E, em cada obstáculo, à frente formava-se uma fila. O jeito era esperar. Dali pra frente só piorou. Muitos obstáculos com barro... aliás, mais parecia um mangue, pois em alguns locais eu afundava até o pescoço. E o pior que aquilo era bosta de cavalo e de porco.
Muitos barrancos, buracos, escorregões, tombos, espinhos. Ainda bem que o povo era solidário, tinha sempre um bom samaritano que me ajudava a desatolar. Mesmo porque, se eu não andava, a fila atrás de mim também não andava. Quase perdi meu tênis: o pé afundava e voltava sem o tênis e eu enfiava a mão na merda pra recuperar o coitado. Era horrível não enxergar sequer um palmo a frente com nitidez. Nas trilhas mais fechadas era pior ainda.
Quando finalmente cheguei na rodovia, acompanhado por um grupo solidário que havia participado em todas as edições (tem gente doida pra tudo), achei que o sofrimento tinha terminado. Que nada. Eram, supostamente, 5 quilômetros de corrida. Ahh, com certeza tinha mais. Mais mangue e buracos me aguardavam. De fato fiquei de saco cheio. A minha prima a essa hora já estava desesperada a minha procura, anunciou meu nome para o locutor e mobilizou todos os postos de controle. Também pudera: cego e desorientado, eu levei mais de 2 horas pra terminar a corrida.
Foi uma experiência e tanto. Mas voltar, jamais. A roupa? joguei fora.