Quando rir é mesmo o melhor remédio
Parece piada, mas é verdade: existe uma terapia relativamente nova que não só ajuda na cura de diversas doenças – fato cientificamente comprovado -, como faz as pessoas sentirem-se renovadas. A risoterapia, ou terapia do riso, é um método que ganhou fôlego nos anos 1960, nos Estados Unidos da América, com o médico Hunter Adams – o mesmo daquele filme Patch Adams. (Mas é também o nome de um grupo de Teatro, aparentemente).
Hoje, essa terapia é objeto de estudo no mundo todo e é também um meio para toda a área da saúde no tratamento de pacientes. Ela consiste de algo simples, mas tão simples, que chega a causar desconfiança: fazer as pessoas rirem.
Cientificamente, é comprovado que o riso traz inúmeros benefícios ao homem. Diminui o stress, impulsiona a criatividade, estimula alguns órgãos internos – como o coração -, ajuda na circulação sanguínea, estimula o sistema imunológico e ainda suaviza dores! E, claro, ele é divertido também.
Sorrir faz com que o cérebro da pessoa envie informações ao corpo para que sejam liberadas mais endorfinas no sistema circulatório – aquelas mesmas que o corpo libera quando a pessoa ingere chocolate ou faz exercícios físicos. Essas substâncias são já famosas por sua característica de acalmar o indivíduo, fazê-lo mais feliz e anestesiar dores. Por isso é tão bom comer chocolate, saímos felizes da academia e gostamos tanto de rir.
Sabendo das benesses do riso, psicólogos, médicos, psiquiatras, enfim, esses doidos do mundo inteiro resolveram criar uma terapia na qual as sessões fossem simplesmente focadas para fazer os pacientes rirem. Uma hora e meia apenas rindo e achando graça em tudo e muitos estavam curados depois de um tempo.
“Nossas atitudes são uma mera cristalização do que percebemos, sentimos e pensamos. Então, cuidar de tudo o que entra em nós, sejam os alimentos, percepções, sentimentos e pensamentos, é fazer uso de uma chave poderosa, o segredo do nosso sucesso”, é o que acha a química Conceição Trucom, que tem um grupo voltado para a risoterapia.
Segundo ela, que estuda o assunto, a terapia do riso é sutil, mas eficaz: durante o tempo em que os pacientes ficam na sala com o terapeuta, esquecem todos os problemas que possuam e apenas riem. Acham graça, são como crianças, bebês despreocupados que apenas gargalham. E Conceição ainda lembra que, etimologicamente falando, mesmo a palavra “desanimado” tem um sentido mais profundo: é alguém sem Anima, ou alma.
Mas essa terapia não consiste somente em “seções de humor” semanais. De acordo com a química, a risoterapia transforma as pessoas, fazendo-as enxergarem o mundo de forma diferente, mais otimista. Através do humor, os pacientes mudam suas percepções de mundo e destroem bloqueios psicológicos criados por uma sociedade cada vez mais mal-humorada e estressada.
Pessoas como Conceição, porém, levam a terapia do Riso para um lado mais esotérico. Existe sim essa corrente, que, dizem seus seguidores, começou na Índia com o Doutor Madan Kataria, e pode ser chamada também de Yoga do Riso. Mas há médicos mesmo (leia-se céticos) que acreditam no poder milagroso dessa risoterapia.
No Brasil, Eduardo Lambert, mineiro de Cambuí e clínico geral, é o maior expoente dessa terapia diferenciada. Para ele, não é que a anima seja deixada de lado nas sessões de tratamento, mas o importante mesmo é fazer as pessoas rirem e liberaram substâncias boas em seus corpos.
Quando alguém ri, movimenta mais de 400 músculos, oxigena os pulmões e ativa a circulação do sangue, entre outros benefícios. Isso, atrelado a outros tratamentos de pacientes com as mais diversas doenças, ajuda a agilizar a cura destas. Portanto, caracteriza o riso, de fato, como “o melhor remédio”.
“O simples esboçar de um sorriso, o riso ou uma gargalhada bem gostosa - e quanto mais intensa melhor - cria uma onda vibratória que propicia de imediato um relaxamento corporal que se estende para todo o corpo, dando uma sensação de bem-estar físico, mental e emocional. Protege ajudando a nos prevenir de várias enfermidades”, escreveu o Dr. Lambert.
Portanto, seja pela crença, seja pelo cientificismo, rir ajuda mesmo em tudo. Agora é só levantar da cadeira e filosofar sobre "o que é um pontinho vermelho em um castelo".